Na minha opinião e experiência pessoal, uma boa estratégia para o agrupamento de indicadores em painéis de monitoramento, seria pela sua perspectiva temporal. Eu agruparia nas categorias operacionais, gestacionais (de gestão) e estratégicos, um pouco mais detalhados a seguir:
a. Operacionais:
Normalmente são os mais complexos e especializados. Estes painéis agrupariam os indicadores que, em geral, são de cunho imediato, em tempo real, ou quase imediato, na forma “on-line” a cada minuto, por exemplo. Os dados podem ser depositados, ou não, em uma estrutura chamada de datalake(lado de dados). Nesta perspectiva, a necessidade de análise e apresentação dos indicadores é explorada com dados produzidos no momento presente ou momento clínico. O seu foco temporal é no dia que se chama “hoje” e no momento que se chama “agora”. O comprometimento destes indicadores requer, em geral, decisões rápidas e ações imediatas. Poderiam ser considerados como indicadores os sinais vitais do objeto em análise, visando preservar a sua boa funcionalidade. Em uma organização do segmento industrial, poderia ser a quantidade itens produzidos ao final de cada etapa de produção, o saldo de estoques, a disponibilidade ou ociosidade de agendas de serviços ou exames, entre outros. De outra forma, na análise de um organismo vivo, os indicadores poderiam ser os sinais vitais providos instantaneamente por dispositivos IoT como pulsação, temperatura e pressão arterial;
b. Gestacionais (de gestão):
Normalmente, possuem imagens mais vetoriais, de simples e rápido entendimento e que possibilitariam a de análise de profundidade dos dados. Estes painéis agrupariam os indicadores que, em geral, são fundamentados em dados orgânicos ou históricos, produzidos por eventos internos que geraram registros já gravados e assimilados, a cada “hoje” da organização. O seu foco temporal é a história recente. O comprometimento destes indicadores requer, em geral, decisões refletidas e ações planejadas. Geralmente, subsidiam decisões operacionais de ou de investimentos que podem afetar as estruturas internas da organização. São coerentes com o monitoramento dos planejamentos estratégicos em execução. A sua disponibilidade permite a identificação de correções no rumo mais próximo da empresa e evidencia crescimentos ou decrescimentos orgânicos. Como exemplo, indicadores de desempenho poderiam apontar para a necessidade, ou possibilidade, de aperfeiçoamento do desempenho de processos internos. São como exames biológicos, que fazem parte do “prontuário” da saúde organizacional e podem informar aos participantes sobre o estado da saúde mais recente do analisado. Um exemplo seria o monitoramento de metas estabelecidas.
c.Estratégicos:
Os painéis desta análise agrupariam indicadores subsidiados por projeções ou simulações, fundamentados em situações que afetariam os resultados futuros da organização. O seu foco temporal é o que poderá acontecer em termos de resultados num futuro. Bem utilizadas, estas análises poderiam subsidiar o estabelecimento de metas ou novos planejamentos estratégicos. Por exemplo, metas financeiras mensais poderiam ser estabelecidas tendo como referência os resultados orgânicos mensais de indicadores dos últimos 12 meses, com uma projeção de crescimento de 5% nos próximos 12 meses. Outro exemplo, seria possível gerar simulações de impactos resultantes da criação de novos produtos ou serviços que poderiam ser oferecidos pela organização.
Gilberto Rigotti, consultor de gestão e sócio da Anechomai Consultoria, Assessoria e Treinamento Ltda.
