Convivemos com alguns jargões criados em inglês e cujas tentativas de tradução, ao menos no Brasil, não “vingaram” como, por exemplo, Business Intelligence (BI) e Big Data.
Business Intelligence, na essência, tem a ver com gestão inteligente nas organizações, sejam elas empresas, instituições públicas, associações ou entidades filantrópicas. Embora, a princípio, um conceito, BI atualmente costuma estar atrelado ao software e pensado a apoiar os gestores dessas organizações a tornar mais inteligentes, mais seguras e mais eficazes as suas decisões.
O conceito de BI, em parte, também é derivado de conclusões de famosos pensadores, estatísticos e gurus em gestão, como Dr. Edwards Deming, William Thomson e Peter Drucker, que nos deixaram a famosa constatação de ‘o que não é medido, não pode ser gerenciado’ ou ‘… não pode ser melhorado’. E qual a organização que não carece de gerência ou que não busca melhoria continua? Daí dá pra concluir que BI não é um assunto recente e muito menos limitado ao Brasil.
E a relação de BI com big data? Big data se caracteriza por uma base de dados grande, normalmente armazenada na ‘nuvem’ e pode, sim, ser garimpada para extrair dados importantes para algumas organizações. Esses dados são comumente analisados com software de BI. Mas o BI não depende só de dados de um big data. Muitos dados que apoiam o planejamento e decisões importantes são gerados pelos próprios sistemas de gestão que a empresa usa no processamento das transações do dia-a-dia e que geram um rico acervo a ser explorado pelo software de BI.
No tocante à Inteligência Artificial (IA), do ponto de vista conceitual, também há uma forte área de intersecção com BI, pois ambos buscam melhorar e incrementar inteligência na condução do negócio. Já do ponto de vista técnico, nem tanto. Embora algumas funções da IA são concebidas e treinadas a tomar decisões, atualmente a maioria das funções de IA são baseadas em algoritmos e machine learning para automatizar ou robotizar funções que substituem tarefas repetitivas tradicionalmente executadas pelas pessoas. Normalmente o software de IA é bem específico, criado para atender uma função pontual, ao passo que o software de BI costuma ser mais genérico, consumindo qualquer tipo de dado para acompanhamento de desempenho ou para gerar insights ao usuário-gestor.