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É engraçado falarmos sobre custos que não possamos ver, certo? Pois é, mas eles existem. Arrisco dizer que mesmo em empresas muito organizadas (aquelas que já combatem esse mal), eles continuam por lá, nas “sombras”. O fato inegável é que eles (os custos invisíveis) estão espalhados pelas organizações como verdadeiras pragas bíblicas. Ou você acredita sinceramente que todos se preocupam e tratam o negócio como se fosse seu?

Percebam que para explicar claramente a gravidade do tema aos senhores, será necessário que eu ofereça exemplos práticos. Então, vamos lá.

Que tal começarmos com rotatividade de pessoal, retrabalho e falta de padronização de processos. Estes seriam os exemplos mais comuns e seriam fáceis de solucionar se não houvessem outros tantos mais. Baixa acuracidade dos estoques, falta de programação para compras e produção, são problemas que além de terminarem em negociações ruins, nos remetem a outro tipo de custo invisível: Os custos de armazenagem.

E vou além. O uso descontrolado da internet, bem como o uso de dispositivos móveis (corporativos ou não) durante o expediente aumentam absurdamente os custos invisíveis, pois derretem a produtividade das equipes, além de acabar com a interação social presencial (mas este assunto será abordado em outro artigo).

Para te fazer pensar: Será que sua empresa não está desintegrando o fluxo de caixa por que demandas financeiras foram geradas a partir dos custos invisíveis?

Imagino ainda que você deva estar gastando horas em reuniões cuja pauta seja digamos, questionável, certo? Elas também são custos invisíveis, e eu nem vou entrar no detalhe da fogueira de vaidades. E as máquinas, ares condicionados, iluminação e veículos ligados sem necessidade? Acertou, custos invisíveis! Nepotismo de todo tipo também produz custos invisíveis, assim como contratações, enquadramentos, promoções e demissões sem critério.

Não faltam exemplos. Mais da metade deste artigo foi gasto só em exposição. E sabem o que é pior, esses malditos custos continuam invisíveis, corroendo os resultados, destruindo o caixa e arruinando o negócio.

De nada adianta criar grupos de melhorias, CCQs, trabalhar arduamente em planejamentos se não fizermos o nosso melhor e limparmos a casa. É necessário pôr a mão na massa ao invés de ficarmos justificando-nos. Em certa ocasião um coach disse-me: A partir de agora, desligue o desculpômetro, o explicômetro e o justificômetro. O que ele queria me dizer? Que é preciso agir, fazer a diferença.  No caso do tema de hoje, falamos em mapear e acabar com esses custos, caso contrário, estaremos destruindo a razão de existir da companhia.

Feche os olhos por um instante e procure se lembrar de situações corriqueiras no seu dia a dia. Coisas que passaram despercebido, situações tão sutis que você normalmente não questionaria a não ser é claro, se estivesse lendo este artigo. Vou ajudá-lo apresentando só mais um exemplo:

Tempos atrás, recebi um gestor de uma multinacional. Ele e sua equipe estiveram comigo e fizeram uma apresentação daquilo que se transformaria em uma parceria comercial. Durante o bate papo inicial, ele contou-me que a companhia em que ele trabalhava fornecia todos os equipamentos que ele precisava, contudo, já fazia 5 anos que utilizava aquele em que ele faria a apresentação. Não foi uma queixa e sim uma demonstração de que ele entendia a situação e não queria descapitalizar a empresa pedindo um modelo mais novo. Então trabalhava com o que tinha a mão, e por saber da dificuldade para renovação, zelava muito pelo que a companhia oferecia a ele. Então vamos aos fatos.

Fato: O momento econômico é ruim e por mais otimistas que sejamos, não há nenhum mago no governo capaz de resolver os problemas a curto prazo.

Fato: Nenhuma empresa sobrevive com dinheiro escoando pelo ralo.

Fato: Até hoje nenhuma empresa quebrou por DRE que aponta prejuízo, empresas quebram por falta de fluxo de caixa. Se não conseguirmos gerar mais negócios, precisamos olhar para dentro de casa, literalmente “sentados sobre o caixa”.

Fato: Não deveríamos estar falando em custos invisíveis só nos momentos de crise, certo?

Para finalizar, é preciso destacar a importância vital em sermos contributivos para as nossas organizações, que façamos a diferença de forma positiva. E não estou falando só do corpo de executivos e dos gestores, estou falando de todos os colaboradores trabalhando juntos. Por isso, convido você caro leitor a abrir a temporada de caça aos custos invisíveis em sua empresa, afinal, é possível afirmar sem medo de errar que todos sairão ganhando.

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Autor: Sidnei Marcelo Moreira de Matos, CIO na Krona Tubos e Conexões S/A